O IMPARCTO TRANSFORMADOR DA MORTE

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26 Jul

26Jul

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O IMPACTO TRANSFORMADOR DA MORTE

E COMO A MORTE NOS ENSINA A VALORIZAR AQUILO QUE REALMENTE É IMPORTANTE

A morte é um tema inevitável na jornada humana, despertando emoções profundas e reflexões sobre a natureza da vida e do legado que deixamos para trás. No momento em que nos confrontamos com nossa própria mortalidade, experimentamos uma das reflexões mais intensas que nossa existência é capaz de proporcionar. Nesse momento crucial, muitos de nós passamos por uma transformação interna, em que os valores e prioridades se reorganizam.

Quando alguém descobre que está diante do fim iminente de sua vida, é natural que se preocupem em acertar todas as contas pendentes, inclusive as dívidas materiais. O senso de justiça e a necessidade de resolver assuntos inacabados podem se tornar urgentes. Também, é compreensível que, em face da própria finitude, se queira receber tudo aquilo que é devido, encerrando os ciclos de maneira completa.

No entanto, à medida que a morte se aproxima ainda mais, algo extraordinário ocorre. Sendo assim, aquelas pessoas que estão prestes a deixar este mundo, ao enxergarem a morte como uma certeza inescapável, percebem a futilidade de perder tempo e energia cobrando dívidas materiais. Desse modo, surge uma profunda serenidade, permeada de compaixão e perdão. Nesse momento, compreendem que não podem levar consigo dinheiro ou ressentimentos para além do túmulo.

Aproximar-se da própria morte traz uma sabedoria peculiar, uma lucidez que nos faz refletir sobre as verdadeiras prioridades da vida. O contato íntimo e precoce com a finitude da existência tem o poder de acalmar os ânimos exaltados, suavizar as arestas da personalidade e despertar uma compaixão inerente a todos nós. Por norma, ao confrontar nossa própria mortalidade, somos levados a repensar a forma como vivemos e interagimos com o mundo.

Via de regra, se todos tivessem a oportunidade de experimentar a morte anos antes de sua chegada inevitável, o mundo certamente seria um lugar melhor. Visto que, a proximidade com a finitude da vida nos torna mais humanos, ressaltando a importância das relações interpessoais, do amor, do perdão e da empatia. Por isso, as pequenas questões cotidianas, muitas vezes tomadas como vitais, perdem inteiramente a sua relevância diante do horizonte amplo da mortalidade.

Essa transformação traz uma nova perspectiva sobre o significado da existência e sobre nossas responsabilidades para com os outros seres humanos. Todavia, o confronto com a própria finitude nos convida a olhar além de nós mesmos, como reconhecer nossa interconexão com o mundo e a buscar a reconciliação com aqueles que cruzaram nosso caminho. Assim sendo, a morte nos ensina que o tempo é valioso e limitado, e que devemos direcioná-lo para aquilo que realmente importa: a busca pela compreensão, pela paz interior e pela construção de relacionamentos significativos.

Diante disso, cabe a cada um de nós refletir sobre o impacto que a morte pode ter em nossas vidas e como podemos aplicar essa perspectiva em nossas ações diárias. Não é necessário esperar pelo fim iminente para abraçar a compaixão e o perdão. Podemos, desde já, adotar uma postura mais humana, lembrando-nos da fragilidade da vida e da importância de valorizar cada momento e cada pessoa ao nosso redor.

Enfim, convido-lhes cada um de vocês para abraçar a reflexão sobre a morte não apenas em momentos de proximidade com ela, mas como uma prática constante de crescimento pessoal. Fazendo isto, temos a oportunidade de aprender sabiamente que a finitude nos oferece uma das melhores formas de transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor. Por fim, que a compaixão, a serenidade e o perdão guiem nossas ações, trazendo mais humanidade a um mundo sedento por empatia e compreensão.

FilosofaAndarilho%LivroDeUnicaPagina 10/07/23